Inauguração do Memorial Missioneiro Chrisanto Neranda será no dia 21 de junho 

São Luiz Gonzaga terá um novo espaço de divulgação e preservação da história do município. No dia 21 de junho, dia de São Luiz Gonzaga – padroeiro dos jovens e santo padroeiro do município – às 16h30min., ocorrerá a inauguração do Memorial Missioneiro Chrisanto Neranda. Além de reunir diversas informações sobre a fundação do município, o espaço também contará com uma réplica da redução de São Luiz Gonzaga.

A maquete foi confeccionada pelo escultor são-luizense Vinícius Ribeiro, o qual foi o vencedor de um edital concurso para realizar o trabalho. A réplica foi feita de forma artesanal, com atenção especial aos detalhes das estruturas. Vários materiais resistentes foram utilizados, sendo o principal, resina de laminação. De acordo com o escultor, somente na réplica da igreja, mais de 20 quilos de material foram utilizados.

O prefeito de São Luiz Gonzaga, Sidney Brondani, comentou sobre a importância do novo espaço. “O Memorial Missioneiro Chrisanto Neranda será um local importante para que as próximas gerações tenham uma ideia da grandeza da missão de São Luiz Gonzaga e da história dos Sete Povos das Missões. Parabenizo o escultor Vinícius Ribeiro por mais um brilhante trabalho e ao IHGSLG pela proposta de criar o espaço e pelo acompanhamento da obra. Agradecimentos também ao senador Luis Carlos Heinze, o qual destinou, via emenda parlamentar, recursos para a construção do memorial”, afirmou.  

O Memorial Missioneiro Chrisanto Neranda foi construído ao lado do IHGSLG (Rua São João, nº 1514), sendo um projeto desenvolvido em parceria pela Prefeitura Municipal e o instituto. Os recursos da obra são oriundos de emenda parlamentar do senador Luis Carlos Heinze (Progressistas), no valor de R$ 222.857,14, e contrapartida do município, de R$ 7.142,86, totalizando um investimento de R$ 230 mil.

 

CHRISANTO NERANDA – Chrisanto Neranda foi um índio guarani que viveu na missão de San Luis (hoje, São Luiz Gonzaga) no século XVIII. Ele foi descrito pelo padre Bernardo Nusdorffer – importante autoridade da época – como “índio mui capaz del Pueblo de San Luis”. Chrisanto era mayordomo em San Luis, sendo responsável pelo patrimônio da Missão. Sob sua chefia estavam outros que realizavam a conferência dos estoques dos armazéns e de toda a produção realizada no povoado.

Em 1754, as tropas portuguesas marcharam em direção aos Sete Povos das Missões. A investida fazia parte da estratégia de invasão para que se cumprissem as cláusulas do Tratado de Madri (1750), onde portugueses e espanhóis trocariam o território missioneiro à leste do Rio Uruguai (de posse espanhola), pela Colônia do Sacramento (fortificação portuguesa construída no estuário do Rio da Prata). Os exércitos dos dois países tinham a função de expulsar padres e índios das Missões para que os lusitanos recebessem as terras.

Nesse mesmo ano, às margens do Rio Jacuí, os militares de Portugal foram barrados por um grupo de cerca de 200 índios. Entre eles figuravam o lendário Sepé Tiarajú, o são-luizense Chrisanto Neranda e o líder daqueles guerreiros, o corregedor da missão de São Miguel, Cacique Alejandro. Após o confronto, restou morto Alejandro, ficando a tropa guarani sem líder. Na sequência, houve uma proposta para que se fizesse uma reunião para chegar a um acordo de paz, o convite feito pelos portugueses era uma farsa, os índios foram enganados e presos.

Chrisanto Neranda e mais 52 guaranis permaneceram presos por vários dias, foram levados à Rio Pardo, depois, Rio Grande. Neranda participou de uma tentativa de fuga e finalmente foi libertado, retornando a São Luiz Gonzaga, onde, ainda em 1754, escreveu um impressionante relato sobre os dias em que esteve cativo. (Texto adaptado do IHGSLG)

 

Larissa Dorneles / Assessoria de Imprensa da Prefeitura de São Luiz Gonzaga com informações do IHGSLG